A Nvidia Corp revelou que as suas receitas para o trimestre mais recente mais do que duplicaram, quebrando as expectativas dos analistas.
Este aumento foi impulsionado principalmente pela procura crescente dos processadores essenciais da empresa para treinar sistemas avançados de IA.
A Nvidia não se limitou a apresentar lucros excepcionais - também mostrou que a empresa está a ultrapassar os desafios da produção e da cadeia de abastecimento mais rapidamente do que o previsto.
Quando os mercados abriram ontem, as acções da Nvidia subiram 6% para $502 por ação.
Este facto assinala uma ascensão meteórica da empresa, cuja capitalização bolsista triplicou ao longo do ano, ultrapassando os $1,2 biliões.
O desempenho robusto da Nvidia estabeleceu-a como uma pedra angular na recuperação mais ampla do mercado tecnológico que está a varrer os EUA.
Os analistas de mercado estavam optimistas, prevendo receitas na ordem dos $11,15 mil milhões para o trimestre anterior e cerca de $12,5 mil milhões para o atual.
A Nvidia, no entanto, excedeu estas projecções informais ao registar uma receita de $13,51 mil milhões no último trimestre, em comparação com $6,7 mil milhões durante o mesmo período do ano anterior.
Em termos prospectivos, a empresa prevê uma receita de $16 mil milhões para o trimestre de outubro - um valor inicialmente previsto apenas para o próximo ano.
GPUs na vanguarda
Os motores por detrás do crescimento estelar da Nvidia são as suas GPU de topo de gama, incluindo a A100 e a H100, que se tornaram a norma da indústria para o treino de modelos de IA. O CEO Jensen Huang observou que as empresas de computação em nuvem de primeira linha revelaram "infra-estruturas maciças" para o próximo trimestre, alimentadas pelos mais recentes chips de IA da Nvidia.
Tanto a China como os Estados do Golfo aumentaram as suas Aquisições de GPUA China apresentou encomendas no valor de $5bn.
A empresa também anunciou a novo GH200O sistema de gestão da qualidade, concebido para ser maior, melhor e mais eficiente em termos energéticos do que os seus antecessores.
Huang sublinhou que as tendências actuais representam uma mudança a longo prazo na indústria em direção à "computação acelerada e IA generativa".
Os analistas de Wall Street fizeram uma série de perguntas sobre a sustentabilidade deste surto de crescimento. Huang reiterou que o atual aumento da procura de chips da Nvidia não era uma anomalia a curto prazo, mas uma mudança secular no panorama dos centros de dados.
Apesar do clima geopolítico mundial e da Restrições dos EUA sobre as exportações de chips de IA para a China, a Nvidia tem demonstrado resiliência. Por exemplo, a Nvidia concebeu com astúcia o A800, uma versão do A100 que permite a exportação para a China, com uma potência de computação reduzida em 30%.
De acordo com a Directora Financeira Colette Kress, as vendas para a China constituíram entre 20 a 25% das receitas dos centros de dados da Nvidia no último trimestre. A responsável afirmou que a regulamentação existente nos EUA atingiu o objetivo pretendido sem prejudicar o desempenho da empresa no mercado chinês.
Tudo isto culminou num aumento espantoso dos lucros após impostos da Nvidia, que atingiram quase $6,2 mil milhões, contra pouco mais de $2 mil milhões no ano passado.
Este forte desempenho financeiro sublinha o papel da Nvidia como líder da indústria numa altura em que a IA está a moldar dramaticamente os avanços tecnológicos.