O rápido desenvolvimento de ferramentas baseadas em IA preocupa muitos especialistas em tecnologia. Um deles é Matt Clifford, conselheiro da força-tarefa de IA do Reino Unido, que alertou para o facto de a IA poder tornar-se uma superpotência capaz de "matar muitos humanos" em cerca de dois anos. Clifford está a trabalhar em formas de criar a força-tarefa governamental de IA para o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak.
Num entrevista No programa TalkTV, Matt Clifford falou sobre o crescimento exponencial dos sistemas alimentados por inteligência artificial e os riscos potenciais que podem representar se não forem regulamentados a tempo. Clifford, que trabalha como presidente da Agência de Investigação Avançada e Invenção (ARIA) do governo, avisou que os sistemas actuais estão a tornar-se mais poderosos "a um ritmo cada vez maior".
Diferentes tipos de riscos com a IA
Sublinhou a necessidade de regulamentar a utilização da inteligência artificial a todos os níveis, afirmando que, se os funcionários não se esforçarem por estabelecer regulamentos de segurança, os sistemas de IA tornar-se-ão muito mais poderosos dentro de dois anos.
"Temos dois anos para criar um quadro que torne o controlo e a regulação destes modelos de grandes dimensões muito mais possível do que é atualmente". afirmou Clifford numa entrevista.
Acrescentou ainda que a IA apresenta diferentes tipos de riscos, alguns dos quais podem ser problemas a curto e a longo prazo.
De acordo com o conselheiro do grupo de trabalho sobre IA, a IA tem potencial para "criar receitas para armas biológicas", bem como para causar ciberataques graves que podem constituir uma ameaça para a humanidade. Ameaça essa que, segundo ele, pode tornar-se demasiado poderosa e levar à morte de muitos seres humanos.
A entrevista teve lugar pouco depois de ter surgido uma carta aberta sobre os potenciais riscos da IA. A carta aberta foi publicado pelo Center for AI Safety, com muitos especialistas conhecidos em IA a assinarem o documento. Um deles é o diretor executivo da OpenAI, Sam Altman, bem como Geoffrey Hinton, conhecido como o "Padrinho da IA".
"Clifford disse que a regulamentação e a minimização dos riscos da IA "devem ser uma prioridade global, a par de outros riscos à escala da sociedade, como as pandemias e a guerra nuclear".
A IA ainda pode ser utilizada para o bem
Segundo Clifford, a IA ainda pode ser utilizada para o bem, desde que os governos à escala global encontrem uma forma de a regular.
"Se correr bem... podemos imaginar a IA a curar doenças, a tornar a economia mais produtiva, a ajudar-nos a chegar a uma economia neutra em termos de carbono", disse Clifford.